Como praticar Higiene Natural se o bebê vai para a creche?
O bebê vai para a Creche, é possível praticar #higienenatural?
Muitas famílias têm dúvidas sobre a prática da Higiene Natural quando o bebê precisa ir frequentar uma creche no término da licença maternidade da mãe. Em primeiro lugar, não podemos ter a ilusão de que na creche a vida do bebê será igual a vida que ele leva em casa, pois nunca será! Inevitavelmente vai desregular os níveis de sono, a alimentação, a tranquilidade, a saúde, etc. O bebê que está com sua mãe em licença tem uma vida mais caseira (por mais agitada que a família seja), num geral com hábitos e rotinas que naturalmente se pré-estabelecem. Acorda, mama, troca, levanta, passeia ou fica no bebê conforto, ou no sling ou no carrinho, enquanto a mãe prepara o café, agiliza as coisas da casa... Em seguida já tem que mamar novamente, trocar novamente, no final do dia banho, cama e madrugadas incertas... Depois é tuuudo de novo, assim passando os dias de um recém nascido. De repente, essa rotina é alterada pelo retorno da mãe ao trabalho, aos 04, 05 ou 06 meses do bebê ele vai para um ambiente desconhecido com pessoas desconhecidas, com sons desconhecidos, odores, luzes, tudo. Tudo novo. Rotina nova. Não tem como pensarmos que, em caso de praticar a higiene natural, somente a higiene natural pode sofrer alguma turbulência. Porque a amamentação vai sofrer. Afinal, como manter em amamentação exclusiva até os 06 meses, um bebê que aos 04 vai para a creche? Vocês acham que na creche vão dar leite materno no copinho? Não vão! O sono vai sofrer. Pois não tem como manter uma rotina de dedicação exclusiva onde se escurece o ambiente, coloca musiquinha, se embala e faz dormir num ambiente silencioso e acolhedor. Vocês sabem que são muitos bebês na creche e não tem como fazer isso com cada um. E, por consequência lógica, as eliminações também vai sofrer turbulências, claro. Sejam elas de um bebê que sempre usou fraldas ou de um bebê que sempre praticou HN. E é nessa hora, no final da licença maternidade que todo mundo deveria acolher e ajudar uma mãe. Ninguém pensa nela e na quantidade de tarefas e obrigações que ela está prestes a enfrentar, numa rotina desgastante que agora triplica de tamanho e peso. Ter a sua vida, sua alimentação, suas roupas em dia e sua rotina desgastante de trabalho, Ter a rotina de creche de um bebezico, com roupinhas disponíveis conforme a temperatura, várias trocas, mais lanchinho/alimento, leva, traz, todos os dias, queda de imunidade, primeiras enfermidades. Ter a rotina da casa, e tudo o que implica... Não é fácil. Nossas redes de apoio estão cada vez menos interessadas em contribuir para a facilitação de todo esse processo. Isso é assunto para muitas conversas não é mesmo? Seria muito interessante ler os relatos de vocês nos comentários! Como foi voltar a trabalhar tendo que colocar o bebê na creche? Você é forte e eu a admiro mulher! Pensando na questão da creche, escrevi o seguinte trecho no livro do Bebê sem Fralda, que é o nono tópico de vinte, conteúdo das páginas 79 e 80. “9 Creche e HN Mais uma dúvida muito comum que faz parte das mensagens que recebo diariamente: "-O bebê vai para a creche, é possíivel praticar higiene natural?" É possível sim. Na creche as tias não vão levar o bebê no penico ou banheiro, de fato! Infelizmente as tias não levam mesmo. Muitas vezes nem as fraldas trocam com frequência, não é mesmo?! Então, como proceder? Amigos, a prática da Higiene Natural (HN) não exige obrigatoriedade, quer dizer, como se trata de um ato dos pais e cuidadores, pode ser praticado somente quando possível. Por exemplo, você só fica com o bebê no turno da manhã? Tente pegar as evacuações matinais! Você só tem tempo mesmo aos finais de semana? Pratique aos finais de semana! “Ah, mas isso não vai causar uma confusão na criança e traumas?” Não causa não! Explico: NÃO é treinamento de penico; NÃO é controle esfincteriano; NÃO exige dedicação exclusiva; É somente uma prática que, ao se observar os sinais de evacuação do bebê e, sendo possível, neste momento se proporciona uma evacuação digna, limpa e tranquila, estabelecendo o estreitamento do vínculo, a segurança e o bem-estar do bebê. Sempre podemos e devemos comparar a HN com o ato de amamentar, tem que ser orgânico e natural e, da mesma forma que uma lactante não vai amamentar enquanto o bebê estiver na creche, também não vai colocar o bebê no penico nesse momento. Vantagens nestes casos: * O intestino do bebê funciona como um reloginho e é muito provável que ele passe a fazer cocô nos mesmos horários com os pais, fazendo cada vez menos cocô fora de casa ou durante a madrugada e isso nada tem a ver com treinamento e sim com um ajuste natural do relógio biológico do bebê, assim como, por exemplo, ele pode preferir tirar as sonecas somente perto da mãe enquanto com outros cuidadores “não se entregue”; * É possível que o bebê estabeleça um sinal universal para xixi e cocô e que os pais possam explicar às tias da creche que sem duvidas vão preferir levar o bebê ao banheiro que trocar fralda cheia de cocô. Muitos bebês, dependendo da idade, se expressam mais do que nitidamente com relação a vontade de fazer cocô e se o cuidador tiver uma pró atividade visando auxiliar, a HN segue se desenrolando muito bem. * O bebê se sente mais seguro para comunicar sobre a evacuação sempre que estiver junto com quem de costume o leva para evacuar. Isso é uma consequência natural e instintiva que diz respeito à confiança, o bebê quando sente confiança ele se entrega de forma muito mais natural. * São muitas fraldas a menos nos horários em que o bebê está em casa. Se os pais pegarem, por exemplo, o xixi matinal, o cocô diário e o xixi de antes de dormir, já são três fraldas a menos por dia e três possibilidades do bebê ganhar consciência corporal. Todo modo de proporcionar a HN ao bebê é um benefício a ele e também um benefício econômico e ambiental. * O bebê vai evacuar normalmente nas fraldas quando estiver na creche (caso as tias não contribuam com a HN), pois ele não tem controle esfincteriano. Isso é o mais importante da HN saber que o bebê não possui controle e nem buscamos isso, ele não vai ficar retendo as evacuações, se precisar, estará de fralda e não sendo atendido, fará em si mesmo. * O bebê usa fraldas como qualquer outro bebê. Porque neste ponto, podemos usar as fraldas como aliadas, evitando que nos escapes os bebês façam xixi e cocô que fica escorrendo em si mesmo e sujando tudo na sua volta. Em todos os “manuais” de HN ou EC do mundo, indicam a prática sem o uso de fraldas. Eu defendo o uso de fraldas por vivermos num mundo globalizado com tantas demandas já nas costas da mulher. A HN não pode ser mais uma forma de escravização feminina, se não uma forma de libertação da indústria e sua tentativa de desligamento de nossos instintos selvagens. * O bebê fica mais tranquilo e já acorda satisfeito, tendo sua primeira necessidade fisiológica do dia atendida, se os pais focarem na primeira urina do dia que é aquela de quando o bebê acorda, mais de meio caminho andado estará sendo feito pela HN, porque daí em diante eles passarão a perceber melhor e a própria criança vai se esforçar para comunicar sua vontade, aí também passarão a captar o xixi de antes de dormir e por aí vai, trilhando um caminho do bem em nome da consciência corporal do bebê que sozinho guiará seu desfralde; A boa notícia é que tenho recebido cada vez mais mensagens de mamães contando que as tias da creche aderiram à HN também. Uma boa maneira de tentar essa façanha é conversando, explicando como tem feito em casa, sugerindo, talvez imprimindo algum texto que goste. quem sabe dando o Livro do Bebê sem Fralda!? :D Sabemos que é uma realidade distante a prática da HN nas creches, mas podemos ser incentivadas pelas fraldas de pano que a bem pouco tempo atrás não eram bem acolhidas em creches e já estão conquistando o seu espaço. É assim, devagarinho que vamos trilhando o caminho da higiene natural em outros ambientes com outros cuidadores. Vamos juntos, descobrindo os benefícios da Higiene Natural! Mais um ponto importante a falar sobre a creche para as mães que já estão praticando e percebem que os bebês reclamam para fazer fora da fralda e temem que na creche a criança sofra por isso. Pensemos pelo seguinte ângulo: O bebê vai reclamar se a fralda tiver cheia. Ele estará desconfortável e vai reclamar. Quando estiver conosco ele irá reclamar e iremos (se possível) atender a necessidade de evacuação, se não ele fará na fralda e irá reclamar para que o troquemos. Na creche será igual! Simples assim! O bebê reclama e se for atendido ótimo, se não ele reclama novamente, dessa vez para ser trocado! HN é vida!! Marque uma grávida. Marque uma puérpera. Marque aquela amiga que tem dúvidas sobre HN e creche. #EliminationCommunication #HigieneNatural #EC #HN #bebesemfralda #crechecomHN Quer adquirir o livro do Bebê sem Fralda? (pode ser cartão ou boleto, transações nacionais ou internacionais): www.bebesemfraldabrasil.com/e-book Quer trocas ideias sobre higiene natural? Vem pro grupo do Bebê sem Fralda! https://www.facebook.com/groups/111961652805486/