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Regressão na Higiene natural ou recusa de penico

GREVE DE PENICO!! E agora? (texto original de 07/09/2017 publicado no Facebook)

pra todos verem bebê vestido subindo na cama com o penico nas mãos

Antes que alguém diga que está experimentando uma recusa de penico por parte do bebê que pratica Higiene Natural há meses, eu quero contar que isso é tão esperado que se você não estivesse passando, é porque iria passar a qualquer momento. Ou seja, esta é uma ótima dica para quem está começando se preparar para o que pode vir. Muitas mães já me falaram que seu bebê que sempre praticou HN numa boa, de repente perdeu o interesse de usar o penico e "preferiu" fazer cocô na fralda, preciso discordar veementemente. Isso vai contra o sentido biológico. Afinal, como acontece nas comunidades originárias? E as mulheres que vivem na natureza, nas margens e nas culturas da HN onde sequer tem Pampers ou água disponível para lavar fraldas de pano? Será que esses bebês andam a fazer xixi e cocô por toda parte? Geralmente somos nós, os adultos, nosso comportamento e nosso ambiente, que confundem bebês e crianças pequenas. Não podemos acreditar que uma "greve de penico" signifique: "-Eu desejo me sujar". Acredito que interpretamos mal este momento por conta da nossa cultura frenética e não importa o quão consciente pensamos que somos, prevalece em nós a moderna criatura do hábito e vamos girar nossas soluções e ideias em torno do que nossa cultura recente-familiar-regional nos diz. A grosso modo, pensando como uma família que pratica HN, as fraldas não são, nem devem ser o ponto de referência, são apenas suporte, no entanto, voltamos à dependência exclusiva delas quando estamos em crise ou impasse ou enfrentamos algum obstáculo por menor que seja. É ao que estamos condicionados, mas não é a natureza do modelo de tratamento das eliminações que escolhemos conscientemente. E aí está o problema, por causa das nossas noções modernas, diante das adversidades da HN, nós esquecemos que nossos bebês são criaturas primitivas e têm movimentos primitivos que fazem parte de uma sabedoria biológica. Acredito que a "greve de penico" pode ser apenas uma solicitação. Nós, em nossas mentes modernas e sempre ocupadas, ignoramos as tentativas de comunicação mais refinadas e nos frustramos porque acreditamos que elas não mais existem. E, ou estamos agindo tarde demais - muito em cima da hora, já no momento da força, por exemplo - ou estamos simplesmente deixando de agir. Nossa abordagem mais direta e na hora exata que fará a diferença para a captura dos cocôs desses seres tão inteligentes que são nossos bebês. Essa solicitação que me refiro, pode estar relacionada e muito provavelmente estará, a algum pico de crescimento ou salto do desenvolvimento, onde o bebê pode estar pedindo, por exemplo, mais independência, menos confusão e maior responsabilidade para si ou solicitando simples mudança de localização ou posição. Também é muito comum ocorrer a greve entre 7 e 12 meses no caso de bebês que iniciaram a HN cedo e também ocorre entre 12 e 17 – especialmente nos 15 meses que é uma fase de afirmação da autonomia (leia aqui: https://www.facebook.com/bebesemfralda/posts/1690530067646235). No lugar de simplesmente desistir é hora de assumir nova postura ou todo o empenho pela HN vai por água abaixo. Já cheguei a escutar que algumas famílias desistiram de praticar HN porque o bebê, na verdade, não queria fazer cocô na fralda de jeito nenhum e que por isso pretendiam reverter a prática da HN. Isso não faz sentido, ir contra o que faríamos instintivamente, porque estamos presos em uma cabeça moderna; Desacreditamos no que um bebê é capaz de fazer se ele for livre e não depender que o levem a algum lugar ou que lhe tirem mil camadas de roupa ou ainda que tenha que escalar um sanitário a dez pés do chão. Voltamos aí a visualizar um bebê primitivo que andaria nu e poderia chegar por conta própria a um buraco agradável no chão ou outro lugar fornecido para ele. E ainda, se um bebê primitivo fosse capaz de passar por uma "greve de buraco", sem dúvidas o tratamento seria dado por mais mãos que auxiliariam neste processo sem rotular nada nem ninguém. O contrário do que a HN moderna mostra quando nos aventuramos a praticar e todos a nossa volta dão contra e não contribuem para o seu sucesso. Precisamos lembrar que HN é como comer ou andar. Os bebês têm o instinto de fazer todas essas coisas. São processos que crescem e se desenvolvem junto com eles. Neste comparativo, quando um bebê dá seus primeiros passos e cai, ele de certa forma se ressabia e não tenta novamente por um tempo, nós, adultos e conscientes desse processo não chamamos de "pausa de caminhada", mas também não o forçamos a andar ou pensamos que ele perderá o interesse em se locomover ou simplesmente não andará mais, ao contrário, tomamos uma postura pró-ativa para proporcionar que o bebê volte a ter segurança, ajudamos o bebê se levantar, ficar em pé, fornecemos oportunidades e lugares para que se agarre e deixamos que ele nos guie no seu tempo, para que caminhe quando se sentir pronto. E assim, num dia o bebê necessita que seguremos a mão, no outro fica doido se ajudamos muito, no outro resmungará a oferta de apoio sem pergunta anterior e muito em breve o filhote volta a solicitar a mão para caminhar mais tranquilo. Claro, neste meio tempo, um gênio inventa o andador e, quando menos esperamos, toda uma geração pensa erroneamente que os bebês precisam de um para aprender a caminhar corretamente ou que ele serve para encorajar bebês que parecem perder o interesse em tomar medidas sem ajuda! Aí, anos depois vêm os estudos comprovando os malefícios de ordem física, emocional e anatômica do andador, mesmo assim, quantos bebês ainda não o usam? Um bebê tornando-se irritado sobre o penico pode estar apenas experimentando como faz para segurar mais tempo e não está tranquilo com certeza do limite, mas também pode estar querendo apenas mais autonomia e fazer mais por conta própria sem tanta ajuda. Talvez possamos ajudar só liberando as fraldas e as calças e saindo de cena, deixando eles em ambiente que poderiam evacuar em pé, por exemplo, brincando no Box do banheiro. Talvez o bebê precise apenas de privacidade, ou mais poderes, como o de usar o vaso da família. E, ainda, os acidentes ou greves podem estar relacionados a uma reconexão cerebral ou reestruturação do crescimento - não é diferente de estar grávida. Um dia você tem uma bexiga de aço, o próximo você está fazendo xixi a cada hora, no próximo você espirra e faz xixi, e um dia tudo volta ao normal (ou não rsrsrsrs). A principal diferença é que se você for uma barrigudinha e fizer xixi nas calças ninguém diz que você esqueceu como faz para ir ao banheiro e quer se sujar sozinha. A “greve de penico” na verdade não é negativa ou uma pausa efetiva. Esses momentos não são negativos ou pausas. Para ser uma pausa mesmo ou interrupção da prática da HN, vai depender exclusivamente dos cuidadores. É um tempo de aprendizagem, experimentação e autonomia para cuidadores e bebês. Precisamos confiar na sabedoria que o bebê possui de aprender a caminhar e a comer e a falar, bem assim, aprender os limites para a eliminação. Inevitavelmente, as greves de penico vão acontecer e elas não duram muito tempo se você manter o foco no atendimento e não na recusa. E vejam pelo lado bom, todos vocês que estão lendo agora não precisam, assim como eu, começar do zero sem conhecer ninguém próximo que pratique HN e sem ter leituras confiáveis em português, porque aqui encontram informação de qualidade que eu faço questão de compartilhar para desmistificar a HN e incentivar sua prática. Mas, eu preciso do seu apoio, da sua curtida, dos seus comentários, marcações e compartilhamentos. É importante neste momento de “greve de penico” que nós cuidadores, nos observemos mais e aumentemos o poder de percepção do comportamento do bebê. Por exemplo, será que não estamos oferecendo muito e seria bom esperar? Será que ao contrário não estou esperando muito pelo bebê e deveria ser mais pró-ativo? Esse olhar para dentro é bem importante, pois assim não focamos na desistência ou nos percalços e sim focamos nas soluções e na mudança de comportamento. Manter a pró-atividade de “retaguarda” nessa hora de greve é APENAS como segurar a mão para que o bebê caminhe e vá se soltando conforme se sentir seguro. Nós que temos que julgar se o bebê precisa de nós e o quanto ou se temos que recuar, lembrando que recuo não é desistência e para não desistir é sempre importante pensarmos o que faríamos se as fraldas não existissem. Ao mudarmos nossa visão, mudamos as opções de solução. Só fraldar e ignorar por completo as necessidades de evacuação não podem ser um caminho para quem decidiu conscientemente pela HN e saber que essas fases existem e que podemos passar por elas como passamos por todas as outras na criação consciente. Escuto sempre, meu filho não aceitou o penico com 13 meses e até hoje com 2 anos não aceita mais, sim, mas por onze longos meses você não tentou outra alternativa? Agora tem que começar do zero! Eu sei que é frustrante para os adultos envolvidos e com essa vida tão corrida e ocupada é mais fácil decidir por colocar as fraldas de volta e aguardar até que as coisas melhorem, no entanto, será sempre melhor continuar fazendo o que já foi feito até agora, com firmeza no propósito e a certeza de que é só uma fase. É preciso focar nas principais evacuações. Seu bebê só quer fazer cocô em pé? Forre com jornal uma parte da área de serviço e distraia o bebê por lá por um tempo. Assim que o cocô surgir, trate normalmente, dizendo, por exemplo: “-Opa, olha só o seu cocô, vamos jogar no vaso?!”... E levem junto, deem tchau... Talvez sair com o bebê para comprar um redutor de assento e um banquinho, talvez tornar o banheiro mais infantil, talvez dar outras alternativas, talvez voltar a olhar nos olhos do bebê no momento da evacuação, talvez se afastar. HN é também, antes de qualquer coisa, sentimento, vibração. A greve de penico não é uma falha e deve ser tolerada e encarada com carinho porque faz parte do processo de aprendizagem e estamos falando de bebês em rápido desenvolvimento, que descobrem outras atividades e não querem parar mesmo que estejam de bexiga bem cheia, por isso, talvez, muitas vezes recuse o penico ou vaso e em seguida faça xixi no chão. A criança também está aprendendo o limite da sua capacidade. Cabe a nós mantermos o diálogo e a comunicação, nos disponibilizando a ajudar: “-Filho, você está fazendo xixi, viu que a mamãe ofereceu? Você pode aproveitar e fazer junto com a mamãe no vaso, ou me avise antes e eu posso ajudar você!”, em tom calmo, tranquilo. Mais dicas para este período de greve? Simmmmmmmmm!!! - Tentar alguns locais diferentes (redutor de assento, espelho na frente do penico, vídeo na hora de sentar (caderno e canetinhas para quem não quer recorrer às telas), livro, ao ar livre, box do chuveiro, vaso de plantas, jornal no chão, etc.). - Tentar distrair a criança se perceber relutância falando coisas agradáveis ou que lhe chamem atenção para ficar ali no penico e então relaxar para evacuar (Olhaaaaa aqui a formiguinhaaaaa, nossa filho vem ver a borboletinha - enquanto já despe a criança). - Lembrar de levar os ursinhos e bichinhos no penico. - Envolver a criança neste processo de novas habilidades quanto ao uso do banheiro, que abaixe as calças, que sente, que se limpe, que levante as calças, abaixe a tampa do sanitário, que puxe a descarga, que lave as mãos usando sozinha o sabonete, que feche a torneira, seque as mãos, etc. tudo, obviamente, sob supervisão e auxílio. - Outra dica é "não falar", por exemplo, não questionem se a criança quer ir ao banheiro, ajam de forma a conduzir a criança, retirando a fralda, levando, distraindo... Nada de conversa anterior, perguntas: "vc quer fazer? vc quer?" nada disso, pois o bebê irá se recusar e em seguida fazer! ----------------------/////------------------------------ Gostou das dicas? Curta e compartilhe a página e as postagens de Bebê sem Fralda Brasil Higiene Natural! #bebesemfralda #eliminationcommunication #higienenatural #EC #HN #desfraldecomHN Quer ler mais e aprender mais? Apoie este projeto e adquira o primeiro livro digital do mundo sobre HN totalmente em português e com base em evidências científicas.




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